quinta-feira, 4 de março de 2010

Pérola

Noite congelante em Sampa, eu e minha amiga saindo da aula e conversando sobre a mudança brusca de temperatura.

(Ela)- Ah, se o verão foi aquele calor insuportável que tava na semana passada, pode se preparar que o inverno vem na mesma proporção!
(Eu, querendo me mudar pro nordeste)- Putz...detesto frio. Será?
(Ela)- Claro, minha filha! É a globalização...
.
.
.

Adoro gente que me faz sorrir mesmo depois de um dia estafante.

Panela de Pressão

Pandemônio no trabalho, telefone tocando sem parar, bexiga explodindo, a chefe pede uma informação urgente. Ligo pro cliente na mesma hora:

(Eu, muito educada, sempre.)"Boa noite!Você poderia me dar a informação X, por favor?"
(Voz sos-se-gaaa-da...música sertaneja ao fundo) "Sabe o que é...? É...eu...tô assim...um pouco corrida agora. Você...hum... pode me ligar daqui a uns cinco minutos?"

"Ah, claro!! Até porque, EU AQUI não tô NADA corrida, viu?? Inclusive, quer me falar qual seu signo? Eu vejo aqui no horóscopo e te falo na próxima ligação!"

Suspiro.

Ele

Ele me abraça de forma que me faz querer parar o tempo. Ele gargalha de modo a me deixar com vergonha, mas gargalho também. Ele proclama que eu sou a mulher mais linda do mundo- e eu quero mais é que ele continue acreditando nisso-. Ele não faz cerimônias; ele é amigo dos meus amigos; ele me dá a parte da comida que eu mais gosto; ele me faz carinho até eu dormir; ele me acorda com beijos; ele me manda mensagens lindas no meio da aula; ele fala de mim pra todos. Ele divide tudo comigo- até as coisas que ele sabe que não irei gostar muito. Ele me traz paz; me faz sorrir; me faz pensar em querer ser sempre melhor. Ele canta e dança comigo.

Ele me faz ter certeza de que o amor existe- e me traz a sensação de alívio por já o ter encontrado.

O que a gente não faz por uns trocados?

Madrugada de carnaval, lá estavámos eu e a tampa da minha panela trabalhando no camarote do Bar Brahma. Entre um sorriso forçado e outro, eu recebia as pessoas que desciam do ônibus.

"Boa noite! Posso ajudá-la a descer?"
"Sim, você pode simplesmente me ignorar e colocar toda a força do seu corpo na minha mão, porque não?"
"Boa noite, bem vinda! Ok, não precisa me responder, certo? Desculpe por pensar que você era mortal!"
"Senhor, não é permitido entrar com bebida no ônibus...ah, o senhor é amigo do dono do camarote?? Dane-se, e eu sou filha de Jesus Cristo, deixe o copo ou eu chamo o segurança"

No fim do trampo, dor de garganta homérica. Se eu tivesse falado tudo isso, certeza que teria evitado...